quarta-feira, 16 de novembro de 2016


-Sou teu
-Não és meu, mas vou sempre tentar que sejas, e é nesse tentar que mora a paixão.

[esse lugar que deve ser habitado pelos dois, onde as garantias não entram, onde a paz não ganha bolor, onde a inquietação é a música de fundo que nos faz dançar. Onde a incerteza é certa, onde a certeza de nunca se sentir nosso o outro - não além daquele limiar da certeza que um beijo nos dá, que um toque nos diz, que um olhar nos pode jurar e fazer acreditar - é tão incerta que se dissipa no intervalo de tempo que se estica entre um beijo e outro. E essa espera, transformada em medo de não haver próximo, rói-nos todo o tempo. Se chega o beijo, as migalhas de tempo roído sabem a flocos de nuvem doce.]

Sem comentários:

Enviar um comentário